Natureza é mais que verde Quando Paulo chegou a Atenas, sentiu-se incomodado por ver tanta abundância de ídolos.

 

Quando o chamaram a falar de Deus, numa grande reunião da cidade, ele escolheu o que de mais importante tinha para dizer a quem dava tanto valor ao que não passava de pedra: tudo foi feito por Deus, é Ele que a tudo dá vida.

 

Paulo desejava que os atenienses vissem mais que pedaços funcionais, que descobrissem a relação íntima entre todas as coisas, a cumplicidade de um só respirar em diversidade de sabores e texturas; que aprendessem a saborear o sentido do sagrado, a assumir responsabilidade, abertos e disponíveis para se envolverem com o que os rodeava; que descobrissem a marca de Deus em todas as coisas.

 

À meia-luz de um petromax, abrigado pelo céu estrelado, depois da glória das vitórias, do embaraço no insucesso, da excitação da correria, da vergonha por ter aldrabado nas tarefas, do susto da noite de terror, com pernas pesadas de cansaço, com confiança na amizade, a cada embalar do ‘Boa-noite’ ao ritmo da Mamã, estou cada vez mais pronto para compreender que tanta riqueza da minha vida me foi ofertada por Deus. E que em relação ao mundo e ao outro há uma cumplicidade íntima; cumplicidade que exige um cuidar.